RAISD: Descobrindo o que motiva a criança por meio da Avaliação de Reforçadores

 

O que é o RAISD?

O RAISD é uma entrevista estruturada desenvolvida para identificar possíveis reforçadores, ou seja, estímulos que aumentam a probabilidade de comportamentos desejados ocorrerem novamente.

Durante a aplicação, o profissional conversa com pais, cuidadores ou técnicos que conhecem bem a criança. Eles são convidados a listar e ordenar itens ou atividades que a criança gosta, distribuídos em categorias como:

– Estímulos visuais (objetos coloridos, luzes, desenhos animados);

– Auditivos (músicas, sons específicos);

– Táteis (massinhas, tecidos, água);

– Tangíveis (brinquedos ou alimentos preferidos);

– Sociais (atenção, elogios, abraços);

– Brinquedos e jogos em geral.

Esse levantamento fornece uma lista inicial de possíveis reforçadores, que depois pode ser testada diretamente em sessão.

Por que usar o RAISD?

O uso do RAISD traz diversos benefícios clínicos e práticos:

1. Facilita o engajamento da criança nas atividades terapêuticas;

2. Evita tentativas baseadas em suposições, tornando o ensino mais objetivo;

3. Fortalece a parceria com os pais, que participam ativamente da avaliação;

4. Garante individualização, já que cada criança tem preferências únicas;

5. Previne desmotivação, ajustando reforçadores conforme as mudanças de interesse.

RAISD na prática clínica

Na Clínica Incentivo, o RAISD é parte das primeiras etapas do processo terapêutico. A partir dele, conseguimos compreender o que desperta o interesse e o prazer da criança, e usar essas informações para planejar sessões mais envolventes e eficazes.

Essa atenção aos detalhes faz toda a diferença na construção de uma relação de confiança e motivação, que é o ponto de partida para o aprendizado.

 

Conclusão

Identificar reforçadores não é apenas uma questão técnica, é uma forma de entender a criança por completo, respeitando suas preferências e valorizando seus interesses.

O RAISD é uma ferramenta que transforma essa escuta em dados concretos, ajudando o terapeuta a ensinar com mais sensibilidade e eficiência.

“Quando descobrimos o que realmente motiva, abrimos caminho para o aprendizado acontecer.”

Autor do post:
Bruna Araújo – Pedagoga, especialista em Análise do Comportamento Aplicada e Coordenadora ABA.

 

 

Referência:
Sella, A. C., & Ribeiro, D. M. (2018). Análise do Comportamento Aplicada ao Transtorno do Espectro Autista. Curitiba: Appris. p. 104.

Fisher, W. W., Piazza, C. C., Bowman, L. G., & Amari, A. (1996). Integrating caregiver report with a systematic choice assessment. American Journal on Mental Retardation, 101, 15–25

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