Funções Executivas no Autismo: O que são, desafios no cotidiano e como desenvolvê-las


O que são funções executivas?

As funções executivas são um conjunto de habilidades cognitivas que atuam como um “diretor” do cérebro, ajudando a regular comportamentos e pensamentos para atingir objetivos. Dentre as principais funções executivas, destacam-se:

Planejamento e organização: capacidade de definir objetivos, traçar passos para alcançá-los e organizar tarefas de forma eficiente. Por exemplo, planejar os materiais necessários para um trabalho escolar ou a sequência de atividades para se arrumar de manhã.

Memória de trabalho: habilidade de manter e manipular informações em mente por curto prazo. É essencial para seguir instruções com múltiplas etapas ou lembrar o que se estava fazendo quando algo interrompe a tarefa.

Flexibilidade cognitiva: aptidão de alternar o foco de atenção ou mudar de estratégia diante de novas exigências. Isso permite lidar com mudanças de rotina, ajustar-se a regras diferentes em um jogo ou pensar em soluções alternativas para um problema.

Inibição (autocontrole): capacidade de controlar impulsos e pausar antes de agir. Inclui esperar a sua vez, evitar respostas automáticas inadequadas e regular comportamentos impulsivos.

Essas funções trabalham de forma integrada. Por exemplo, ao resolver um problema de matemática, a criança precisa inibir distrações, manter na memória as regras e números relevantes, planejar os cálculos passo a passo e possivelmente mudar de estratégia se a abordagem inicial não funcionar. Em suma, as funções executivas são fundamentais para a autonomia e o aprendizado em diversas atividades cotidianas.

Funções executivas no TEA: manifestações e desafios

No TEA, diferentes domínios das funções executivas podem apresentar dificuldades características. Estudos científicos com crianças e adolescentes autistas confirmam déficits em múltiplos componentes executivos – incluindo planejamento, memória de trabalho, flexibilidade e inibição – em comparação a indivíduos com desenvolvimento típico​. A seguir, descrevemos cada área e exemplos de como essas dificuldades podem se manifestar:

Planejamento e organização: Pessoas com autismo frequentemente têm dificuldade em sequenciar ações e resolver problemas novos. Em tarefas de planejamento, como puzzles ou jogos de estratégia, crianças com TEA tendem a resolver menos problemas ou levar mais tempo para encontrar soluções eficientes​. No dia a dia, isso pode aparecer como desorganização nas atividades (por exemplo, não saber por onde começar um dever de casa ou esquecer etapas importantes de uma tarefa). Sem apoio, a criança pode ficar perdida diante de tarefas complexas, pois falta-lhe criar um plano eficaz de ação.

Memória de trabalho: Muitas crianças e adolescentes com TEA apresentam capacidade reduzida de reter informações temporariamente. Em testes, eles recordam menos itens em sequência do que seus pares​, indicando déficit na memória de trabalho verbal e visuoespacial. Na prática, a criança com autismo pode esquecer instruções logo após ouvi-las, ter dificuldade em seguir comandos com vários passos (por exemplo, “pegue seu caderno vermelho e coloque-o na mochila, depois calce os sapatos”) ou perder o fio da tarefa se algo a interrompe. Essa memória operacional mais fraca atrapalha a execução de atividades acadêmicas (como fazer cálculos mantendo os números em mente) e cotidianas (como lembrar de todos os itens que precisa levar para a escola).

Flexibilidade cognitiva: A dificuldade em adaptar-se a mudanças é marcante no perfil do autismo​. Estudos mostram que, em tarefas que exigem mudar de critério ou aprender novas regras, indivíduos com TEA cometem mais erros e demoram a se ajustar à nova situação​. Eles tendem a ficar presos em um padrão de pensamento ou rotina conhecida. No cotidiano, isso se traduz em resistência a alterações na rotina (por exemplo, trocar o caminho da escola ou lidar com um professor substituto pode gerar grande ansiedade). Mudanças inesperadas podem desencadear reações emocionais intensas, como crises de choro ou irritação, pois a criança tem dificuldade em modificar rapidamente sua resposta diante do novo contexto​. A preferência por monotonia e repetição – frequentemente vista em interesses restritos e rituais do TEA – está ligada a essa rigidez cognitiva​.

Inibição e autocontrole: Crianças com TEA frequentemente lutam para controlar impulsos e pausar antes de agir. Pesquisas indicam dificuldade em inibir respostas automáticas em pessoas com autismo. Em termos práticos, isso significa que a criança pode agir impulsivamente sem avaliar as consequências imediatas: interromper constantemente a fala do outro, levantar-se e sair da classe sem permissão, pegar um item desejado sem pedir ou ter reações impulsivas a frustrações (empurrar, gritar). Esse déficit de autocontrole dificulta o cumprimento de regras sociais (como esperar a vez numa brincadeira) e o ajuste do comportamento às demandas do ambiente​. Vale notar que habilidades de inibição bem desenvolvidas são consideradas um fator importante para o sucesso nas primeiras experiências escolares​ – por exemplo, para conseguir permanecer sentado realizando uma atividade ou ouvir atentamente uma explicação do professor.

Esses desafios executivos afetam múltiplos contextos da vida da pessoa com TEA:

Na escola: dificuldades em funções executivas podem se manifestar como desorganização com materiais e horários, incapacidade de seguir rotinas escolares sem auxílio e rendimento inconsistente. A criança pode ter problemas para entender e lembrar instruções de tarefas, pular etapas em trabalhos escritos ou não conseguir se adaptar quando há mudanças na aula (como uma atividade extra ou mudança de sala). Também pode enfrentar desafios em atividades em grupo que exijam turnos e cooperação, devido à impulsividade ou à dificuldade de ajustar-se à dinâmica dos colegas.

Em casa: os pais podem perceber que o filho com TEA precisa de ajuda constante para se organizar em atividades diárias. Simples rotinas como tomar banho e se vestir na ordem correta, arrumar a mochila ou cumprir combinados (como tarefas domésticas ou dever de casa) tornam-se difíceis sem supervisão. Transições entre atividades favoritas e obrigações (por exemplo, parar de jogar videogame para almoçar) costumam ser momentos delicados – a criança pode resistir ou se desregular emocionalmente diante da mudança, reflexo de sua baixa flexibilidade. Além disso, comportamentos impulsivos podem gerar situações de risco ou conflitos (como correr para fora de casa sem avisar, mexer no fogão ligado, pegar algo perigoso antes que um adulto interfira).

Nas sessões terapêuticas: terapeutas frequentemente observam que crianças com autismo têm dificuldade em manter a atenção durante toda a atividade (memória de trabalho e controle atencional), precisam de estruturas claras para seguir as etapas das tarefas (planejamento) e podem se frustrar quando uma tarefa é modificada ou se torna desafiadora (flexibilidade e tolerância à frustração). Por exemplo, em uma intervenção de terapia ocupacional, se o terapeuta propõe uma brincadeira nova ou muda a forma de uso de um brinquedo, a criança com TEA pode se recusar ou demonstrar ansiedade pela mudança. Do mesmo modo, em terapia de fala ou ABA, é necessário frequentemente trabalhar primeiro o comportamento de espera e os turnos de comunicação, ensinando a criança a inibir respostas imediatas (como pegar imediatamente um item de interesse) antes de conseguir avanços nos objetivos da sessão.

Esses aspectos exigem que terapeutas adaptem a abordagem, usando estratégias para engajar e regular a criança apesar das limitações executivas. Em resumo, dificuldades nas funções executivas podem prejudicar a autonomia da pessoa com TEA em diversas situações do cotidiano. Barreiras em planejar, lembrar instruções, se ajustar a imprevistos ou controlar impulsos acabam por atrapalhar a aprendizagem escolar, as relações sociais e até a aquisição de habilidades de vida diária​. Reconhecer esses déficits é importante para entender certos comportamentos do autismo e, principalmente, para direcionar intervenções adequadas.

Como desenvolver funções executivas: estratégias e intervenções

A boa notícia é que as funções executivas podem ser trabalhadas e fortalecidas ao longo do desenvolvimento. Diversas intervenções – tanto específicas para funções executivas quanto focadas em habilidades sociais ou acadêmicas – têm mostrado benefícios em crianças e adolescentes com TEA. Por exemplo, programas de treinamento cognitivo e comportamental voltados a funções executivas vêm obtendo resultados promissores: um estudo controlado demonstrou que crianças autistas de 7 a 11 anos que participaram de um programa específico de funções executivas (chamado Unstuck and On Target) apresentaram melhorias significativas em flexibilidade cognitiva e planejamento em comparação a crianças que receberam apenas uma intervenção tradicional de habilidades sociais​.

Em ambos os grupos houve progresso em habilidades sociais, mas os ganhos executivos foram maiores no grupo que treinou diretamente essas funções, sugerindo que trabalhar flexibilidade e planejamento de forma estruturada traz benefícios específicos. Outras pesquisas indicam que mesmo intervenções com foco social podem impactar positivamente as funções executivas. Por exemplo, um programa de competência social para crianças com autismo (voltado a ensinar reciprocidade em conversação, resolução de problemas sociais, etc.) resultou não apenas em melhoras na teoria da mente, mas também em avanços nas habilidades de resolução de problemas e na percepção dos pais sobre as funções executivas dos filhos após a intervenção​.

De modo semelhante, uma abordagem utilizada em sala de aula chamada SCERTS (que foca em comunicação social, regulação emocional e suporte pedagógico) mostrou ganhos nas funções executivas e sociais de crianças com TEA, de acordo com relatos de professores, quando comparada a escolas que não utilizavam essa abordagem​. Esses achados ressaltam que habilidades executivas e habilidades sociais/emocionais estão interligadas – ao incentivar a criança a se autorregular, refletir sobre comportamentos e interagir, acabamos também estimulando suas funções executivas e vice-versa. Do ponto de vista prático, existem muitas estratégias que pais, professores e terapeutas podem adotar no dia a dia para apoiar o desenvolvimento das funções executivas de crianças e jovens com TEA.

Abaixo listamos algumas dicas e intervenções eficazes:

Estabelecer rotinas estruturadas com apoio visual:
Crianças autistas tendem a se sair melhor quando sabem o que esperar. Ter uma rotina diária previsível, ilustrada com um cronograma visual ou quadro de tarefas, ajuda no planejamento e na transição entre atividades. Por exemplo, usar figuras ou palavras em um quadro para mostrar a sequência “lanchar -> fazer lição -> brincar” permite que a criança antecipe e se organize para cada etapa. Isso reduz a ansiedade diante de mudanças e alivia a carga na memória de trabalho, pois a informação visual serve de lembrete constante.

Dividir tarefas em passos menores:
Diante de atividades complexas, é útil fragmentar a tarefa em partes menores e orientar a criança passo a passo. Em vez de dizer “vá arrumar seu quarto”, pode-se orientar: “primeiro coloque os brinquedos na caixa; depois ponha a roupa suja no cesto; por fim arrume a cama”. Assim, a criança consegue se focar em um objetivo de cada vez. Essa técnica facilita o planejamento (cada passo tem um mini-plano) e a memória de trabalho (menos itens para reter de uma só vez). À medida que a criança for progredindo, pode-se incentivá-la a lembrar os passos por conta própria ou até desenhar sua própria checklist das etapas.

Treinar flexibilidade de forma gradual e positiva:
Para ajudar na flexibilidade cognitiva, é importante expor a criança, aos poucos, a pequenas mudanças e novas maneiras de fazer as coisas, sempre de forma segura e acompanhada de reforço positivo. Por exemplo, pode-se trocar um detalhe na rotina (como servir o café da manhã em pratos de cor diferente) e elogiar a criança por lidar bem com isso. Jogos que envolvem mudar regras no meio da atividade (como “hoje, no jogo de cartas, a regra X vai mudar depois de 5 minutos”) também podem ser úteis para praticar troca de estratégias em um ambiente divertido. Se a criança demonstra muita rigidez, o uso de historinhas sociais ou antecipações verbais (“Hoje teremos uma surpresa: vamos voltar por um caminho diferente para casa, mas vai ser divertido ver coisas novas!”) pode prepará-la para a novidade. Gradualmente, essas experiências ampliam a capacidade de adaptação da criança a imprevistos.

Exercitar habilidades de inibição e autocontrole com brincadeiras:
Jogos infantis são ótimas ferramentas para treinar autocontrole de forma lúdica. Brincadeiras como “Simão Diz” (onde a criança deve inibir a resposta quando a instrução não é precedida de “Simão diz…”) ou “Estátua” (dançar e congelar quando a música para) trabalham diretamente o controle inibitório. Jogos de tabuleiro nos quais é preciso esperar a vez, ou atividades esportivas com regras, também incentivam a criança a praticar esperar, seguir regras e lidar com pequenas frustrações. Outra ideia é usar um “semáforo” de cores ou um sinal visual que indique quando é hora de agir (verde) e quando é hora de parar e pensar (vermelho), ensinando a criança a pausar antes de reagir. Com treino e reforços (“Você esperou sua vez, parabéns!”), as crianças podem melhorar gradualmente seu autocontrole.

Ensinar auto-instruções e autorreflexão:
Uma técnica vinda da psicologia cognitiva é ajudar a criança a desenvolver falas internas (ou até mesmo falar em voz alta no começo) para guiar seu comportamento. Por exemplo, antes de iniciar uma tarefa, o adulto pode modelar dizendo: “O que preciso fazer agora? Primeiro, pegar meu caderno; segundo, escrever meu nome; terceiro, ler a primeira pergunta”. Incentivar a criança a repetir esses passos ou a pensar em voz alta sobre o que está fazendo promove a autorregulação. Pesquisadores sugerem que aprender a observar e refletir sobre as próprias ações e as dos outros pode fortalecer as funções executivas, pois a linguagem interna auxilia a controlar e dirigir o comportamento. Com o tempo, a criança passa a usar essas estratégias sozinha, por exemplo, lembrando a si mesma de qual é seu “Plano B” quando algo dá errado (uma abordagem central do programa Unstuck and On Target é justamente ensinar a pensar em alternativas quando o plano inicial falha​).

Adaptar o ambiente e fornecer suporte externo:
Além de trabalhar as habilidades internamente, é importante ajustar o ambiente para ajudar nas fraquezas executivas. Isso pode incluir minimizar distrações em locais de estudo (auxiliando na inibição de estímulos irrelevantes), usar agendas, apps ou alarmes para lembrar horários (dando um apoio à memória de trabalho) e estabelecer sinais combinados para avisar a criança de transições iminentes (por exemplo, mostrar um cartão “faltam 5 minutos” antes de trocar de atividade, facilitando a flexibilidade). Tais apoios externos funcionam como “muletas” enquanto a própria função executiva da criança não dá conta sozinha – e podem ser gradualmente retirados conforme ela ganha independência.

Cada criança com TEA é única, então a efetividade dessas estratégias pode variar. Observação e colaboração são chaves: pais, professores e terapeutas devem compartilhar informações sobre quais abordagens funcionam melhor para aquela criança, mantendo a consistência entre casa, escola e clínica. Por exemplo, se o uso de um cronômetro visual ajuda a criança a terminar uma tarefa em terapia, a mesma estratégia pode ser aplicada na hora de guardar os brinquedos em casa.

Conclusão

As funções executivas desempenham um papel vital no desenvolvimento infantil, governando processos de pensamento e autorregulação que permitem às crianças aprender, socializar e se virar no cotidiano. No caso do autismo, fragilidades nessas funções – como dificuldade de planejar, memória de curto prazo limitada, inflexibilidade cognitiva e impulsividade – contribuem para muitos dos desafios enfrentados pelas famílias e pelos próprios indivíduos com TEA. Compreender que muitos comportamentos do TEA têm raiz em déficits de funções executivas ajuda pais e profissionais a abordá-los com empatia e estratégias adequadas, em vez de interpretar apenas como “desobediência” ou “birra”.

Felizmente, pesquisas e experiências clínicas mostram que é possível melhorar as funções executivas com intervenções direcionadas e adaptações ambientais. Ao trabalhar essas habilidades – seja por meio de programas estruturados com evidências de sucesso, seja incorporando técnicas no dia a dia familiar e escolar – estamos não só ajudando a criança a pensar de forma mais organizada e flexível, mas também abrindo caminho para progressos em outras áreas do desenvolvimento. Afinal, ao conseguir controlar melhor seus impulsos, se adaptar a mudanças e manter informações em mente, a criança com autismo estará mais disponível para aprender conteúdos acadêmicos, conviver socialmente e conquistar autonomia em atividades diárias.

Desenvolver funções executivas é, portanto, investir na melhoria da qualidade de vida presente e futura dessas crianças. Com suporte consistente e paciência, pais e terapeutas podem testemunhar ganhos gradativos – daquela criança que antes não tolerava mudar a ordem das atividades e agora já consegue lidar com pequenos imprevistos, ou do adolescente que passa a organizar suas tarefas com menos ajuda. Cada passo nesse sentido é um avanço importante rumo à independência e ao bem-estar da pessoa com TEA. Referências: As informações e evidências apresentadas neste artigo baseiam-se em estudos científicos recentes sobre funções executivas e TEA, incluindo avaliações de desempenho neuropsicológico e relatos de contexto natural (e.g., escalas comportamentais).

Pesquisas abrangentes indicam déficits significativos em planejamento, memória de trabalho, flexibilidade cognitiva e inibição em indivíduos com autismo​ – demonstram potencial para atenuar essas dificuldades, corroborando a importância de abordar funções executivas nas terapias e no contexto familiar. Em suma, ao unir evidências científicas e práticas do dia a dia, podemos criar ambientes mais favoráveis e estratégias eficazes para que pessoas com TEA desenvolvam todo seu potencial executivo e, com isso, ganhem mais autonomia e qualidade de vida.

Referências: 
Friedman, L., & Sterling, A. (2019). A Review of Language, Executive Function, and Intervention in Autism Spectrum Disorder. Seminars in Speech and Language, 40(4), 291–304. https://doi.org/10.1055/s-0039-1692964

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Gentil-Gutiérrez, A., Santamaría-Peláez, M., et al. (2022). Executive Functions in Children and Adolescents with Autism Spectrum Disorder, Grade 1 and 2, vs. Neurotypical Development: A School View. International Journal of Environmental Research and Public Health, 19(7987). https://doi.org/10.3390/ijerph19137987

Seng, G.-J., Tseng, W.-L., Chiu, Y.-N., et al. (2020). Executive functions in youths with autism spectrum disorder and their unaffected siblings. Psychological Medicine, 1–10. https://doi.org/10.1017/S0033291720001075

Autor do post:
Luiz Kennedy – Psicólogo (CRP:13/9162), Pedagogo especializado em Psicopedagogia, Coordenador ABA.

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