Estereotipias Motoras no Autismo: O que São, Por Que Ocorrem e Como Abordá-las

Estereotipias motoras são comportamentos motores repetitivos e padronizados, sem objetivo aparente. Em outras palavras, são movimentos rítmicos e não direcionados a um fim específico, que costumam cessar quando a pessoa é distraída e não são precedidos por um “desejo” consciente de realizá-los. Esses comportamentos repetitivos fazem parte dos critérios diagnósticos do transtorno do espectro do autismo (TEA) – o DSM-5 inclui “movimentos motores estereotipados ou repetitivos” como um dos sinais nucleares do transtorno. Exemplos comuns de estereotipias motoras incluem agitar as mãos (hand flapping), balançar o corpo para frente e para trás (body rocking), girar em círculos, pular repetidamente ou estalar os dedos. Popularmente, especialmente na comunidade do TEA, essas ações também são conhecidas como “stimming” (do inglês self-stimulatory behavior), referindo-se à autoestimulação.

É importante notar que, apesar de muitas estereotipias motoras não causarem dano físico, elas podem chamar atenção pela sua frequência ou intensidade. Em alguns casos, esses comportamentos interferem nas atividades diárias da criança ou dificultam a participação em tarefas pedagógicas, e podem ser fonte de preocupação e estresse para as famílias. Quando se torna necessário intervir, normalmente lança-se mão de abordagens comportamentais, já que não existem medicamentos específicos para eliminar estereotipias (fármacos são usados raramente, apenas em casos muito particulares).

Prevalência das estereotipias no TEA

As estereotipias motoras são frequentemente observadas no autismo. Mas qual porcentagem de pessoas com TEA apresenta esses comportamentos? A literatura científica indica que cerca de metade dos indivíduos autistas exibem estereotipias motoras em algum grau. Uma revisão sistemática que analisou 37 estudos encontrou uma prevalência mediana de 51,8%, com valores variando de aproximadamente 22% até 97,5% dos casos (conforme diferenças de amostra e definições utilizadas). Outros levantamentos concordam que em torno de 40–50% das crianças com TEA apresentam pelo menos um tipo de comportamento estereotípico. Essa variação considerável nas estimativas – de pouco mais de 20% até quase 100% – se deve principalmente às diferentes definições e métodos empregados pelos estudos, bem como à heterogeneidade das amostras avaliadas. Em pesquisas mais antigas, por exemplo, alguns autores consideravam apenas estereotipias “motoras grossas” evidentes (como balançar o corpo) enquanto outros incluíam também comportamentos repetitivos mais leves ou intermitentes, o que explica parte da discrepância. Ainda assim, de forma geral, pode-se afirmar que metade ou mais das crianças e adolescentes com TEA mostram esse tipo de comportamento repetitivo em algum momento do desenvolvimento.

Fatores clínicos associados à ocorrência de estereotipias

Uma questão importante é entender quais fatores tornam as estereotipias mais prováveis ou mais intensas em indivíduos com TEA. Os estudos apontam alguns determinantes clínicos ligados a uma maior ocorrência de comportamentos estereotípicos. Entre os principais fatores associados a maior frequência de estereotipias no autismo estão: idade mais jovem, nível cognitivo mais baixo (ou seja, presença de déficit intelectual) e maior gravidade do TEA. Isso significa que crianças autistas mais novas tendem a estereotipar mais do que adolescentes, por exemplo; da mesma forma, indivíduos com deficiência intelectual concomitante ou com sintomas autísticos mais acentuados costumam apresentar estereotipias motoras com maior regularidade. Por outro lado, o sexo (gênero) não parece exercer influência significativa – meninos e meninas com TEA têm probabilidades semelhantes de manifestar esses comportamentos repetitivos.

Outro fator relevante é o nível de desenvolvimento da linguagem. Crianças autistas não verbais (que não desenvolveram linguagem oral funcional) tendem a apresentar mais estereotipias motoras do que aquelas que falam – possivelmente porque a ausência da linguagem indica um quadro de autismo mais severo ou uma necessidade maior de estímulos sensoriais substitutos. Em uma amostra clínica, ser não verbal esteve associado a um número significativamente mais elevado de estereotipias motoras observadas. De modo geral, níveis mais baixos de linguagem e comunicação correlacionam-se com maior presença de comportamentos estereotípicos. Além disso, alguns estudos relacionam outras condições ao aumento de estereotipias, como a presença de epilepsia ou de atrasos motores, embora esses fatores possam variar caso a caso. É importante destacar que nenhum desses elementos isolados “determina” completamente o comportamento, mas contribuem para entendermos quem dentro do espectro autista pode ter maior propensão a estereotipias: tipicamente, indivíduos mais jovens, com desenvolvimento cognitivo e de linguagem mais comprometidos, e com sintomas autísticos mais intensos.

Estereotipias no autismo vs. outras condições (deficiência intelectual e síndrome de Rett)

As estereotipias motoras não são exclusivas do autismo – elas também podem ocorrer em outras condições do neurodesenvolvimento. Uma pergunta comum de educadores e pais é: as estereotipias no TEA são diferentes daquelas vistas em crianças com deficiência intelectual ou com síndromes específicas, como a síndrome de Rett? Pesquisas comparativas sugerem que há semelhanças e diferenças na forma como esses comportamentos se manifestam em diferentes populações.

No caso da deficiência intelectual (DI) sem autismo, também observamos estereotipias, especialmente em indivíduos com DI moderada a grave. Alguns movimentos repetitivos (como balançar o tronco ou bater as mãos) são relativamente comuns em pessoas com atraso intelectual significativo. Entretanto, os dados indicam que o autismo em si amplia a probabilidade de ocorrência de estereotipias. Uma meta-análise mostrou que, controlando-se o nível de QI, o diagnóstico de TEA está associado a uma chance significativamente maior de apresentar estereotipias motoras em comparação a indivíduos com deficiência intelectual de grau semelhante sem autismo. Em números, ter TEA parece aumentar em quase 5 vezes a probabilidade de exibir estereotipias, independentemente do déficit intelectual (odds ratio ≈ 4,7). Isso sugere que há algo nas características do autismo – além do atraso cognitivo isoladamente – que contribui para a maior frequência de comportamentos repetitivos. Em outras palavras, crianças com autismo e deficiência intelectual tendem a estereotipar mais do que crianças com deficiência intelectual de mesma idade e QI mas que não têm TEA.

Já na síndrome de Rett, as estereotipias são praticamente um marco diagnóstico. Meninas com síndrome de Rett (um transtorno neurológico de origem genética) costumam apresentar estereotipias manuais características, como movimentos de torcer ou esfregar as mãos de forma quase constante. Um estudo que comparou crianças com TEA, com deficiência intelectual não autista e com síndrome de Rett encontrou diferenças marcantes: no grupo Rett, os movimentos estereotipados (especialmente das mãos) ocorriam com maior frequência e duração, muitas vezes de forma quase contínua, e tendiam a ser realizados próximos à linha média do corpo (por exemplo, mãos juntas ao centro) muito mais do que nos outros grupos. Além disso, as estereotipias em Rett apresentavam um ritmo diferente – foram medidas com velocidade e frequência significativamente mais baixas (movimentos mais lentos) em comparação às estereotipias das crianças com TEA. Ou seja, enquanto uma criança com autismo pode agitar as mãos rapidamente em certos momentos do dia, uma criança com síndrome de Rett pode ficar fazendo movimentos manuais lentos de torção quase o tempo todo. Essas distinções possivelmente refletem diferenças nos mecanismos neurológicos subjacentes: a síndrome de Rett envolve alterações específicas no cérebro (devido a mutações no gene MECP2) que parecem gerar estereotipias motoras persistentes e rítmicas, com perfil um pouco distinto das estereotipias do autismo.

Vale lembrar que estereotipias motoras também podem surgir em crianças sem nenhuma condição neuropsiquiátrica, embora nesses casos costumem ser transitórias ou menos frequentes. Por exemplo, bebês e crianças pequenas às vezes balançam o corpo para se autoacalmar ou repetem movimentos quando estão entediados – comportamentos que geralmente desaparecem com a idade. A diferença no TEA é a persistência e intensidade dessas estereotipias, e o contexto mais amplo de outras características do transtorno.

Classificação e tipos de estereotipias motoras

Nem todas as estereotipias são iguais. Elas podem variar bastante em forma, complexidade e contexto. Por isso, pesquisadores têm proposto sistemas de classificação para descrever e categorizar as estereotipias de forma mais precisa. Uma classificação clínica detalhada ajuda profissionais a entender melhor as características de cada tipo de estereotipia e pode orientar intervenções.

Um modelo recente de classificação, desenvolvido no âmbito de uma tese de doutorado, sintetiza vários esquemas anteriores e a experiência clínica de especialistas da área. Esse modelo propõe avaliar as estereotipias em diferentes dimensões:

    • Origem: distinguir estereotipias “primárias” vs. “secundárias” – as primárias seriam aquelas que ocorrem em crianças neurotípicas ou no TEA sem outras condições associadas, enquanto as secundárias estariam ligadas a outras doenças ou fatores (por exemplo, estereotipias decorrentes de perda sensorial, como em crianças cegas, ou de condições neurológicas específicas).

    • Topografia (parte do corpo): identificar qual região corporal está envolvida no movimento. As categorias principais incluem estereotipias de cabeça/face, de mãos/braços, de pés/pernas ou do tronco/corpo inteiro. Por exemplo, balançar a cabeça seria topografia de cabeça; balançar o tronco, topografia de tronco; agitar as mãos, topografia de mãos/braços, e assim por diante.

    • Complexidade do movimento: classificar se a estereotipia é simples ou complexa. Movimentos simples envolvem um padrão motor único e repetitivo (por exemplo, bater os pés no chão continuamente), ao passo que estereotipias complexas podem envolver uma sequência de movimentos ou combinações de padrões (por exemplo, pular e girar em uma sequência repetida).

    • Características espaciais e motoras adicionais: no caso de estereotipias que envolvem membros (mãos/braços ou pernas/pés), o modelo acrescenta descrições complementares, tais como: se o movimento ocorre na linha média ou fora da linha média do corpo (mãos batendo no centro do tórax vs. braços abrindo lateralmente, por exemplo), a lateralidade do movimento (unilateral – de um lado do corpo – ou bilateral – dos dois lados simultaneamente), a amplitude do movimento (movimentos de pequena amplitude vs. movimentos amplos), a presença de componentes distônicos (ou seja, se o movimento envolve alguma postura muscular anormal ou tensa, conferindo um aspecto “torcido”) e se há uso de objetos na estereotipia.

Usando essa classificação, poderíamos descrever, por exemplo, o “flapping” de mãos de uma criança com TEA como: estereotipia primária; topografia mãos/braços; simples; realizada fora da linha média, bilateralmente, com grande amplitude, sem características distônicas e sem uso de objetos. Já um comportamento repetitivo como girar constantemente as rodas de um carrinho de brinquedo poderia ser descrito como: estereotipia primária; topografia mãos/braços (envolvendo objeto); complexa (pois inclui manipulação de objeto); na linha média (se a criança traz o carrinho próximo dos olhos), bilateral (ambas as mãos giram as rodas), pequena amplitude, sem distonia, com uso de objeto.

Essa padronização de termos – incluindo até mesmo um glossário de formas de movimento e vídeos exemplificativos no caso do modelo citado – permite que clínicos e pesquisadores falem a “mesma língua” ao descrever estereotipias. Assim, ganha-se mais consistência para comparar estudos e avaliar se uma intervenção está ajudando a reduzir determinados tipos de estereotipia, por exemplo. Embora esse nível de detalhe nem sempre seja necessário no dia a dia escolar ou terapêutico, ele reflete o reconhecimento de que as estereotipias motoras têm diversas apresentações, e compreender as nuances de cada uma pode ser útil para traçar estratégias de manejo mais eficazes.

Abordagens terapêuticas e manejo das estereotipias

Diante das estereotipias, como podemos intervir? A resposta a essa pergunta tem se transformado conforme entendemos melhor o papel dessas repetições na vida do autista. As abordagens terapêuticas variam desde compreender e acomodar as estereotipias como estratégias de autorregulação até intervenções comportamentais diretas para reduzi-las, além de intervenções complementares como o exercício físico. Abaixo exploramos esses enfoques.

Estereotipias como autorregulação: Em primeiro lugar, é fundamental reconhecer que as estereotipias muitas vezes servem a uma função interna para a pessoa com TEA. Longe de serem “atos sem sentido”, esses movimentos podem ajudar o indivíduo a regular suas emoções e sensações. Muitos autistas – incluindo crianças verbais, adolescentes e adultos – relatam que “stimmar” os ajuda a lidar com a ansiedade, nervosismo ou agitação, proporcionando-lhes uma sensação de conforto e calma. Alguns descrevem inclusive que essas repetições são prazerosas ou divertidas em certos momentos. Além do componente emocional, as estereotipias podem ter um papel cognitivo e atencional: pessoas com TEA afirmam que esses comportamentos as ajudam a organizar os pensamentos, manter o foco ou gastar energia excedente. Isso se mostra especialmente útil em ambientes com sobrecarga sensorial – como locais muito barulhentos ou visualmente caóticos –, nos quais realizar um movimento repetitivo familiar (por exemplo, balançar o corpo suavemente) ajuda a modular a avalanche de estímulos que está chegando do ambiente. Em resumo, para muitas crianças, adolescentes e adultos autistas, as estereotipias funcionam como estratégias de autorregulação – maneiras de se acalmar, se centrar ou se estimular quando necessário.

Intervenções comportamentais tradicionais: Historicamente, porém, as estereotipias foram encaradas mais pelo seu potencial prejuízo externo (atrapalhar a aprendizagem ou a socialização) do que pelo seu benefício interno. É comum, em contextos educacionais e terapêuticos tradicionais, que profissionais tentem reduzir a frequência ou intensidade das estereotipias da criança. A lógica por trás disso é: se o aluno está agitando as mãos ou olhando fixamente para um objeto de forma repetitiva, ele não estaria prestando atenção à professora ou à tarefa – portanto, seria necessário interromper esse stimming para que a aprendizagem ocorra. De fato, muitos consideram que essas autoestimulações “competem” com outras atividades, podendo distrair tanto a própria criança quanto os colegas em sala. Terapias comportamentais, como as baseadas em Análise do Comportamento Aplicada (ABA), costumam incluir objetivos específicos para diminuir as estereotipias, usando técnicas de reforçamento (por exemplo, oferecer recompensa quando a criança fica um tempo engajada na atividade sem estereotipar) ou de ensino de comportamentos alternativos incompatíveis. Pais e professores também, muitas vezes orientados por terapeutas, podem tentar estratégias como redirecionar a atenção da criança quando ela começa uma estereotipia, ou estabelecer limites (“hora de balançar o corpo” vs. “hora de ouvir a aula”). No entanto, não é raro que essas intervenções tenham sucesso limitado – como muitos pais relatam, pode-se tentar elogios, prêmios ou até reprimendas, mas a criança frequentemente retorna aos movimentos repetitivos assim que a intervenção cessa. Isso acontece porque, como vimos, as estereotipias cumprem uma função para o indivíduo; simplesmente suprimi-las sem oferecer nada que substitua essa função pode gerar frustração ou ansiedade, e a tendência é o comportamento retornar.

Novas perspectivas e manejo equilibrado: Cada vez mais, especialistas sugerem um equilíbrio na abordagem das estereotipias. Em vez de tratar todo “flapping” ou “rocking” como inimigo a ser eliminado, propõe-se compreender em que momentos e por quais razões a criança está estereotipando, e a partir daí decidir se, quando e como intervir. Por exemplo, se a criança começa a balançar as mãos quando está feliz e empolgada, talvez não haja necessidade de interferir – aquele é um jeito dela manifestar alegria ou regular a excitação, sem maiores consequências negativas. Por outro lado, se ela passa boa parte do dia fixada em um movimento repetitivo a ponto de não interagir com ninguém ou de se prejudicar (há casos em que estereotipias podem envolver comportamento autolesivo, como bater a cabeça), então alguma intervenção se faz necessária. Mesmo nesses casos, a orientação atual é tentar respeitar a função autorregulatória do comportamento ao mesmo tempo em que se ensina formas mais adaptativas de obtê-la. Por exemplo, se uma criança balança o corpo violentamente porque está ansiosa, podemos trabalhar alternativas como usar um brinquedo sensorial, fazer um movimento de balanço mais suave em uma cadeira, ou praticar exercícios de respiração – oferecendo outras ferramentas de autorregulação, em vez de simplesmente dizer “não faça isso”. Essa mudança de perspectiva também se apoia em evidências de que, ao contrário do que se pensava, algumas estereotipias podem ajudar a atenção em vez de prejudicá-la. Há pesquisadores que levantam a hipótese de que a criança com TEA realiza certos movimentos justamente para conseguir se concentrar melhor no que está acontecendo ao redor – isto é, o estereotipar poderia ser um mecanismo que ajuda o cérebro a processar informações relevantes em meio ao excesso de estímulos. Nessa visão, o comportamento estereotípico seria menos um inimigo do aprendizado e mais um recurso que a própria criança encontra para lidar com suas dificuldades sensoriais e atencionais. De fato, um grupo de especialistas propôs recentemente um modelo no qual engajar-se em movimentos estereotipados pode “sintonizar” os ritmos cerebrais, facilitando o processamento sensorial e o foco da atenção na atividade em curso. Isso sugere que, em vez de imediatamente reprimir as estereotipias, podemos tentar aproveitá-las: por exemplo, permitir que o aluno brinque com um objeto manualmente (estereotipia com objeto) enquanto escuta a explicação, se isso o ajudar a absorver o conteúdo, ao invés de exigir que fique completamente parado olhando para o professor – o que talvez o sobrecarregue sensorialmente. Em suma, a tendência atual é manejar as estereotipias de forma flexível, buscando reduzir apenas aquelas que sejam realmente impeditivas ou perigosas, e respeitando a necessidade de autorregulação da pessoa com TEA.

Exercício físico como intervenção: Uma das abordagens mais promissoras para diminuir estereotipias de forma saudável e benéfica é a atividade física. Vários estudos investigaram o efeito do exercício na frequência dos comportamentos estereotipados em crianças e jovens com autismo. De maneira geral, a pesquisa mostra que o exercício tende a reduzir temporariamente as estereotipias. Uma revisão sistemática e meta-análise publicada em 2019 reuniu os achados de diversos trabalhos e constatou que, em 8 de 9 estudos analisados, houve uma redução significativa das estereotipias logo após intervenções baseadas em exercício físico. Ou seja, a imensa maioria dos estudos concorda que as crianças com TEA apresentam menos comportamentos repetitivos depois de praticar uma sessão de exercícios. Essa diminuição pode estar relacionada a vários fatores, como a liberação de endorfinas, a regulação da excitação corporal e mental, ou simplesmente a oportunidade de canalizar a energia em atividade motora organizada.

Os tipos de exercício testados variam bastante: incluem brincadeiras ativas ao ar livre, jogos motores, corrida, caminhada, ciclismo estacionário ou em triciclo, pular em trampolim, dança, artes marciais e circuitos combinando força, equilíbrio e coordenação. Em geral, os protocolos envolvem sessões de exercício de 15 a 60 minutos, realizadas de duas a três vezes por semana, ao longo de várias semanas (alguns programas duraram 8 semanas, outros até quase um ano). Muitos estudos classificaram a intensidade do exercício como moderada a vigorosa – e alguns indícios sugerem que exercícios de maior intensidade podem levar a reduções mais acentuadas das estereotipias do que exercícios leves. Por exemplo, jogos ativos que elevam bastante a frequência cardíaca da criança tendem a suprimir os comportamentos repetitivos por um período mais longo após a atividade. Entretanto, há resultados mistos quanto a isso: enquanto dois estudos encontraram efeito maior com exercícios vigorosos em comparação aos moderados, um outro observou que exercícios de baixa intensidade também podem ter benefício consistente. Assim, mais importante do que a intensidade isoladamente pode ser achar o tipo de exercício adequado para cada criança – alguns trabalhos relatam que alinhar o tipo de movimento do exercício com o tipo de estereotipia da criança (por exemplo, se a criança tende a correr em círculos, aproveitar esse padrão em uma brincadeira de correr estruturada) trouxe melhores resultados em reduzir aquele comportamento específico depois.

Um aspecto interessante é como o exercício é incorporado às rotinas de intervenção. Em contextos educacionais, por exemplo, o exercício pode ser usado como um “antecedente”: a criança faz uma sessão de atividade física antes de uma tarefa que exige concentração (como uma sessão de terapia ou aula acadêmica), de modo que, ao iniciar a tarefa, ela esteja mais regulada e com menos impulsos estereotípicos, aproveitando melhor o aprendizado. Essa estratégia tem sido aplicada em programas escolares – inserir intervalos com atividades físicas curtas durante o dia – e muitos professores relatam melhora na atenção dos alunos autistas após essas “pausas ativas”. Além disso, do ponto de vista da criança, o exercício é algo natural e divertido, o que torna essa intervenção bem aceita. Diferentemente de tentar eliminar estereotipias através de punição ou restrição (o que pode ser estressante), a atividade física oferece um meio positivo de atingir o mesmo objetivo de diminuição temporária dos comportamentos repetitivos, ao mesmo tempo em que traz benefícios gerais à saúde. Por todas essas razões, recomenda-se considerar a inclusão de momentos de atividade física regular na rotina de crianças com TEA – isso pode ajudar não apenas na redução de estereotipias, mas também na melhora do humor, sono, atenção e saúde física em geral.

Aspectos neurofisiológicos e sensoriais das estereotipias

Por que as estereotipias ocorrem do ponto de vista do cérebro e dos sentidos? Esta é uma pergunta complexa, e a ciência ainda está desvendando os mecanismos neurofisiológicos subjacentes aos comportamentos estereotipados. Entretanto, algumas hipóteses e achados oferecem pistas sobre como o cérebro autista pode se envolver nesses padrões repetitivos e que papel os aspectos sensoriais desempenham.

Um ponto notável é que as estereotipias têm relação com o estado interno do indivíduo. A intensidade e frequência desses comportamentos podem refletir o nível de ansiedade ou excitação da pessoa. Observa-se, por exemplo, que quanto mais ansiosa ou tensa está a criança, mais intensas tendem a ser suas estereotipias. De fato, estudos mostram uma correlação entre níveis de ansiedade e o aumento de movimentos repetitivos, bem como entre a severidade dos sintomas do autismo (dificuldades sociais e comunicativas mais acentuadas) e estereotipias mais marcantes. Adicionalmente, pesquisas observacionais relataram que após um evento estressante ou frustrante, crianças com TEA frequentemente intensificam os comportamentos estereotípicos. Isso sugere que o estresse atua como um “gatilho” para o stimming – possivelmente porque o cérebro, em sobrecarga, recorre aos movimentos rítmicos como forma de se autorregular (como discutimos anteriormente).

Por outro lado, as estereotipias não ocorrem apenas em contextos negativos. Elas também aparecem quando o indivíduo está relaxado ou feliz, e podem fazer parte da expressão de excitação positiva. Nesse sentido, funcionam quase como um termômetro visível do estado emocional: momentos de alegria podem vir acompanhados de pulinhos ou agitação das mãos, assim como momentos de tensão podem vir com balançar de corpo mais vigoroso.

Do ponto de vista sensorial, há fortes evidências de que as estereotipias estão ligadas a uma forma de autorregulação dos estímulos sensoriais que o cérebro recebe. Muitas pessoas autistas enfrentam hipersensibilidade sensorial – sons cotidianos podem parecer extremamente altos, luzes podem ser incômodas, o toque pode ser sentido de forma amplificada, etc. As estereotipias forneceriam então um feedback sensorial previsível e controlável. Por exemplo, ao balançar o corpo, a criança gera uma estimulação vestibular (do equilíbrio) rítmica que ela mesma controla; ao flutuar os dedos na frente dos olhos, ela produz um estímulo visual repetitivo que pode ser fascinante e organizado, em contraste com a imprevisibilidade do ambiente. Relatos em primeira pessoa e estudos qualitativos confirmam que engajar-se nesses movimentos ajuda a modular entradas sensoriais aversivas ou excessivas, tornando-as mais toleráveis. É como se o cérebro pudesse “sintonizar” seus canais sensoriais ao ritmo da estereotipia, filtrando o excesso de informação. Assim, um ambiente caótico passa a incomodar menos se a criança começa a vocalizar um som repetitivo ou a tamborilar os dedos – aquele estímulo autoinduzido passa a prevalecer e organiza a percepção.

Pesquisas recentes em neurociência estão explorando a ideia de que as estereotipias possam ter um efeito direto nas dinâmicas cerebrais. Uma hipótese intrigante é a de que os movimentos rítmicos repetitivos podem entrar em ressonância com ritmos neurais, isto é, podem sincronizar-se com oscilações cerebrais e induzir padrões cerebrais mais estáveis ou eficientes. Sabe-se que o cérebro opera com ritmicidade (ondas cerebrais em diferentes frequências estão relacionadas à atenção, ao processamento de estímulos, ao estado de relaxamento, etc.). Assim, um movimento estereotipado – digamos, balançar o tronco para frente e para trás a uma certa cadência – pode treinar o cérebro a seguir aquele ritmo, o que paradoxalmente poderia melhorar a capacidade de processamento do indivíduo em meio a um mar de estímulos. Essa teoria ainda está sendo testada, mas abre caminho para enxergar as estereotipias sob uma luz positiva: em vez de serem apenas um “bug” do cérebro autista, elas talvez sejam também uma espécie de recurso neural compensatório, uma forma de o cérebro tentar se auto-organizar frente à sobrecarga sensorial e cognitiva.

Outro aspecto neurofisiológico relevante é a distinção entre comportamentos intencionais vs. automáticos. As estereotipias, como definidas, não são exatamente voluntárias no sentido convencional – muitas vezes a pessoa sequer percebe que está fazendo um movimento repetitivo até alguém apontar. Elas também não apresentam o “desejo premonitório” típico de tiques (em transtornos do movimento como a Síndrome de Tourette, a pessoa sente um impulso interno crescente e só obtém alívio ao realizar o tique; nas estereotipias, não há esse ciclo de tensão-alívio consciente). Isso indica que os circuitos neurais envolvidos podem estar em níveis mais automáticos ou subcorticais do cérebro, relacionados a padrões motores básicos e sistemas de recompensa sensorial. Alguns estudos de imagem cerebral sugerem envolvimento de estruturas como os gânglios da base, que participam do controle de movimentos repetitivos e hábitos, bem como disfunções na integração sensório-motora em nível cortical. Embora os detalhes científicos sejam complexos, o importante para os educadores e pais entenderem é que as estereotipias não ocorrem por “teimosia” ou “maldade” da criança, mas sim por configurações neurobiológicas próprias do TEA. São, de certo modo, sintomas comportamentais de um cérebro atípico tentando se autorregular e processar o mundo.

Desafios na pesquisa e implicações para a prática clínica e educacional

Pesquisar estereotipias no TEA não é tarefa simples. Existem diversos desafios científicos nesse campo que impactam o quão bem compreendemos essas manifestações e como traduzimos esse conhecimento em práticas efetivas. Um dos primeiros desafios é a falta de uniformidade nas definições e métodos empregados pelos estudos, como já mencionado. A consequência disso foi visível na meta-análise que encontramos: um amplo intervalo de prevalências reportadas (21,9%–97,5%), refletindo como diferentes critérios de inclusão (por exemplo, quais movimentos contar como estereotipia) e diferentes características das amostras levaram a resultados díspares. Somado a isso, há uma predominância de estudos com amostras relativamente pequenas e não representativas. Muitas pesquisas envolveram sobretudo crianças com autismo de alto funcionamento ou amostras de conveniência obtidas em clínicas, o que pode não refletir toda a diversidade do espectro. De fato, a literatura apresenta viés em direção a indivíduos com TEA menos graves, já que esses tendem a ser mais acessíveis para responder em pesquisas ou participar de experimentos – enquanto pessoas com autismo severo (que muitas vezes têm mais estereotipias) podem ficar sub-representadas. Essas limitações metodológicas dificultam tirar conclusões definitivas. Por exemplo, identificamos associações de estereotipias com idade, QI, linguagem etc., mas para confirmar causalidades ou trajetórias de desenvolvimento, precisamos de estudos longitudinais que acompanhem crianças ao longo dos anos. Conforme ressaltado por pesquisadores, estudos populacionais amplos e de longo prazo serão cruciais para validar e refinar nosso entendimento sobre quais fatores realmente influenciam o surgimento, a persistência ou a atenuação das estereotipias ao longo do desenvolvimento.

Outra área desafiante é a medição objetiva das estereotipias. Como quantificar um comportamento que pode ser intermitente, de duração variável e altamente individual? Alguns trabalhos empregaram filmagens e até sensores de movimento para capturar estereotipias de forma padronizada, mas isso exige muitos recursos. A criação de escalas e instrumentos de avaliação específicos para estereotipias (separadas de outros comportamentos repetitivos) é um passo que vem sendo dado – por exemplo, algumas subdivisões de questionários e as classificações detalhadas que mencionamos. O desafio é torná-los úteis clinicamente: professores e terapeutas em campo precisam de ferramentas práticas para identificar quando as estereotipias estão interferindo significativamente e para acompanhar a eficácia de intervenções.

Para a prática clínica e educacional, as implicações dos achados recentes são importantes. Em primeiro lugar, compreender que as estereotipias têm múltiplos determinantes e funções significa que não há resposta única para “o que fazer”. Cada criança pode estar estereotipando por razões ligeiramente diferentes – uma pode ser por ansiedade sensorial, outra por tédio, outra porque aquele movimento lhe dá prazer motor. Portanto, os profissionais devem realizar uma análise individualizada: observar em quais situações a estereotipia ocorre mais, o que parece desencadeá-la ou aliviá-la, e qual o estado emocional/sensorial da criança nesses momentos. Essa compreensão contextual é fundamental para decidir se uma intervenção é necessária e qual seria mais adequada.

Em segundo lugar, os dados sobre fatores associados nos lembram de olhar para a criança de forma integral. Por exemplo, se um aluno não verbal e com autismo severo apresenta muitas estereotipias, saber que isso é esperado (dado o perfil dele) ajuda a ajustar expectativas e metas realistas. Em vez de “corrigir” completamente algo que é parte intrínseca de sua condição, a equipe pode focar em ensinar habilidades comunicativas alternativas (como comunicação aumentativa) e fornecer suportes sensoriais, ao mesmo tempo em que gradualmente trabalha para diminuir apenas os comportamentos que impeçam esses aprendizados.

Outro ponto prático é que, ao reconhecer a função autorregulatória das estereotipias, educadores e cuidadores podem adaptar o ambiente e a rotina para incluir momentos seguros de stimming. Por exemplo, uma escola pode criar um “cantinho tranquilo” na sala onde o aluno com TEA possa ir balançar o corpo ou manipular um brinquedo especial por alguns minutos quando estiver sobrecarregado, antes de voltar à atividade. Ou os pais podem permitir que a criança tenha sua “hora do flapping” em casa para se desestressar após a escola, em vez de tentar reprimi-la continuamente. Essas medidas enviam a mensagem de que a criança não está fazendo algo “errado” ao estereotipar, e sim usando uma estratégia que pode ser guiada e encaixada de forma socialmente aceitável. Claro, é um equilíbrio – não se quer reforçar a estereotipia ao ponto de a criança ficar alheia o dia todo, mas tampouco se quer privá-la de sua autoexpressão e conforto. O treinamento de profissionais deve enfatizar essa nuance: reduzir o comportamento estereotipado não é um fim em si, mas sim um meio de aumentar a participação e o aprendizado da criança, quando necessário. E, conforme indicado por novas pesquisas, talvez possamos até mesmo aproveitar certos elementos das estereotipias em benefício da criança – por exemplo, ritmos e movimentos preferidos podem ser incorporados em atividades pedagógicas (como aprender conceitos com música e dança repetitiva, se a criança gosta de ritmo), transformando o que antes era visto apenas como “problema” em parte da solução.

Por fim, a criação de materiais de apoio baseados em evidências é uma implicação interessante. O desenvolvimento de um modelo de classificação com vídeos ilustrativos, conforme feito por Gonçalves e colaboradores, sugere que no futuro poderemos treinar pais, professores e profissionais de saúde a identificar diferentes tipos de estereotipias e suas possíveis funções com mais precisão. Isso aumentaria a sensibilidade para notar, por exemplo, se uma estereotipia específica surge toda vez que o ambiente fica barulhento (indicando sobrecarga auditiva) ou toda vez que uma certa demanda é feita (talvez indicando escape ou ansiedade frente à tarefa). Com esse conhecimento, as intervenções podem ser melhor direcionadas – como modificar o ambiente sensorial, ajustar as demandas ou ensinar a criança a pedir ajuda, ao invés de focar somente em “parar de balançar as mãos”.

Conclusão: apoiando crianças com TEA e respeitando sua autorregulação

As estereotipias motoras no autismo, outrora vistas apenas como sintomas a serem eliminados, hoje são entendidas de forma muito mais rica: são comportamentos complexos, com bases neurobiológicas, funções sensoriais e emocionais, e que carregam significados para a própria pessoa com TEA. Essa compreensão mais ampla nos leva a uma mudança de atitude em como apoiar crianças e jovens autistas. Em vez de simplesmente tentar “extinguir” as estereotipias, devemos buscar compreendê-las e trabalhar com elas, não contra elas.

Para pais, educadores e terapeutas, isso significa primeiramente ter empatia e respeito por essas formas de expressão. Lembre-se de que, muitas vezes, a criança está se autorregulando da única maneira que conhece – aquela estereotipia pode ser o que a mantém calma ou organizada num dado momento. Reconhecer isso é fundamental. Assim, oferecer espaço e tempo seguros para a criança engajar nesses comportamentos (quando eles não forem nocivos) pode ser benéfico. Por exemplo, reservar alguns minutos entre atividades para que ela possa pular, rodar ou simplesmente ficar olhando para um objeto favorito pode reduzir a ansiedade e até prevenir crises sensoriais.

Quando a intervenção for necessária – seja porque a estereotipia está causando prejuízo físico, seja porque está impedindo completamente o engajamento em aprendizagens importantes – o ideal é adotar estratégias positivas e colaborativas. Em vez de punir ou proibir, podemos ensinar alternativas: talvez introduzir uma atividade física antes da situação desafiadora (como discutido, exercício pode acalmar o comportamento), ou fornecer um objeto de estimulação sensorial (por exemplo, uma bolinha de borracha para apertar) que ofereça a mesma satisfação motora de forma mais apropriada. Técnicas de redirecionamento suave também ajudam: se a criança começa a se desligar no meio de uma tarefa por ficar balançando os dedos, o professor pode se aproximar e integrar aquele movimento à atividade – “vejo que você está com as mãozinhas ocupadas, vamos usar elas aqui nesta massinha?” – canalizando o impulso de forma construtiva, ao invés de simplesmente dizer “pare com isso”.

No âmbito clínico, é importante que os profissionais compartilhem com as famílias o racional por trás das estereotipias. Muitas famílias sentem vergonha ou preocupação extrema com esses comportamentos, temendo que a criança “nunca progrida” se continuar estereotipando. Explicar aos pais que stimming pode ter função calmante e que todos nós, até certo ponto, temos nossos “tiques” ou maneiras de aliviar tensões (como balançar a perna, roer unhas, etc.) ajuda a normalizar um pouco a situação. A família pode então se tornar parceira na intervenção, ao entender que não se trata de “manias bobas” sem motivo, mas de algo que a criança precisa fazer às vezes – e que, com apoio, ela pode ir aprendendo quando e onde fazer, ou como substituir por algo equivalente.

Em suma, apoiar crianças com TEA envolvendo estereotipias requer um equilíbrio cuidadoso. Por um lado, devemos valorizar a individualidade e a necessidade de autorregulação de cada criança, criando ambientes inclusivos onde um certo grau de comportamento repetitivo seja tolerado e compreendido como parte do jeito de ser daquela pessoa. Por outro, devemos também oferecer caminhos para que a criança amplie seu repertório – desenvolvendo novas habilidades de comunicação, brincadeira e convivência que, naturalmente, deem a ela outras formas de lidar com as sensações e emoções além das estereotipias. Esse equilíbrio não é trivial, mas as pesquisas e relatos apontam que ele é possível e desejável. Ao final do dia, o objetivo maior não é simplesmente reduzir estereotipias por si só, e sim garantir o bem-estar e o desenvolvimento pleno da criança. Se conseguirmos isso respeitando suas formas únicas de se autoregular e interagir com o mundo – em vez de suprimí-las – estaremos promovendo não apenas a aprendizagem, mas também a autoaceitação e a autoestima dessa criança. E isso, sem dúvida, é um ganho inestimável.

Em conclusão, as estereotipias motoras no autismo nos desafiam a ampliar nosso olhar e nossas práticas. Elas nos lembram de que o comportamento sempre tem uma razão de ser, mesmo quando não a entendemos de imediato. Cabe a nós, como educadores, pais ou profissionais, investigar essas razões, apoiar o indivíduo nas suas necessidades e, gradualmente, guiá-lo para que ele possa viver no mundo compartilhado sem perder aquilo que o ajuda a sentir-se bem consigo mesmo. Afinal, respeitar as formas de autorregulação de uma criança com TEA é também uma forma de respeito à sua identidade e ao seu modo de experienciar o mundo. Isso cria a base de confiança para quaisquer intervenções e aprendizado futuro – uma base onde a criança sente-se segura, compreendida e pronta para crescer.

 

 

Referências:

Melo, C., Ruano, L., Jorge, J., Pinto Ribeiro, T., Oliveira, G., Azevedo, L., & Temudo, T. (2019). Prevalence and determinants of motor stereotypies in autism spectrum disorder: A systematic review and meta-analysis. Autism, 24(3), 569–590. https://doi.org/10.1177/1362361319869118

Melo, C. R. F. (2022). Stereotypies in Autism Spectrum Disorder: Prevalence, clinical determinants, and kinematic analysis [Tese de doutorado, Faculdade de Medicina da Universidade do Porto]. Repositório da Universidade do Porto.

McCarty, M. J., & Brumback, A. C. (2021). Rethinking stereotypies in autism. Seminars in Pediatric Neurology, 38, 100897. https://doi.org/10.1016/j.spen.2021.100897

Ferreira, J. P., Ghiarone, T., Cabral Júnior, C. R., Furtado, G. E., Carvalho, H. M., Machado-Rodrigues, A. M., & Toscano, C. V. A. (2019). Effects of physical exercise on the stereotyped behavior of children with autism spectrum disorders: A systematic review with meta-analysis. Medicina, 55(10), 685. https://doi.org/10.3390/medicina55100685

 

 

Autor do post:

Luiz Kennedy de Almeida Silva – Psicólogo (CRP:13/9162), Pedagogo especializado em Psicopedagogia, Coordenador ABA.

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